quinta-feira, 26 de julho de 2012

GINANDROMORFISMO EM BORBOLETAS



O caráter sexo sempre foi tratado como tendo um tipo especial de herança, uma vez em qualquer cruzamento, para a maioria das espécies, o resultado apresentado pela progênie é sempre 1/2 macho : 1/2 fêmeas. A idea da existência de vários mecanismos envolvidos na determinação do sexo resultou de vários e trabalhos envolvendo diferentes espécies vegetais e animais. 

Alguns dos trabalhos fundamentais foram realizados por Van Beneden em 1866, relatando que a fertilização deveria envolver a união de um espermatozoide e um óvulo. Estes resultados foram obtidos em experimentos realizados em coelhos. Hartwig (1876) descreveu o mesmo fato em experimentos envolvendo ouriço-do-mar. 

Henking (1891) apresentou as primeiras investigações que relacionaram cromossomos com determinação do sexo. Seus estudos, realizados com insetos, revelaram que metade dos espermatozoides recebiam uma determinada estrutura nuclear e a outra não. Ele denominou esta estrutura de corpúsculo X. Mc Clung (1902) realizou estudos citológicos em diferentes espécies de gafanhotos e concluiu que as células somáticas das fêmeas tinha número de cromossomos diferente das células do macho e que havia associação entre a presença do cromossomo X e a determinação de sexo nestes insetos. 

Wilson trabalhando com insetos do gênero Protenor demonstrou que as fêmeas apresentavam 14 cromossomos em suas células somáticas e eram capazes de produzir gametas carregando 7 cromossomos. Os machos apresentavam 13 cromossomos em suas células somáticas e eram capazes de produzir gametas com 7 ou 6 cromossomos. A diferença do número de cromossomos era determinante do sexo. 



Heraclides androgeus laodocus; Ordem Lepidoptera; Família Papilionidae.





Heraclides androgeus laodocus; Ordem Lepidoptera; Família Papilionidae; Corpo com 35 mm de comprimento e 11 mm de envergadura.
As fêmeas desta espécie de borboleta possuem manchas de coloração amarela nas asas anteriores e azul nas posteriores. Os machos têm somente manchas amarelas. Aqui vemos um exemplar ginandromorfo, com a metade esquerda masculina e a metade direita feminina.



Ginandromorfos são mosaicos sexuais no qual algumas partes do animal apresentam características femininas e outras masculinas. Em alguns casos tanto as genitálias e gônodas masculinas quanto as femininas podem estar presente no mesmo animal. A freqüência natural tem sido de 1/2000 ou 1/3000 moscas. Entretanto muitos destes ginandromorfos apresentam poucas secções revertidas. Os ginandromorfos bilaterais são mais raros. A freqüência pode ser aumentada quando o indivíduo apresenta um cromossomo X em anel (ligado pelas extremidades). 

Os ginandromorfos bilaterais tem sido explicados como uma irregularidade na mitose da primeira clivagem. Um exemplo interessante foi observado na descendência de cruzamentos envolvendo machos de olho barra e fêmea normal. O caráter forma do olho, regulado por um gene ligado ao sexo em que o "alelo" B determina o olho barra e o alelo recessivo b o olho normal. 

Foi considerado o seguinte cruzamento: fêmeas normal (XbXb) e macho barra (XBY). A descendência feminina foi do tipo XBXb. Uma anomalia no processo fez com que a célula zigótica originasse células com constituição cromossômica diferente em relação aos cromossomos sexuais. Foram formadas células XBXb e XbO, de tal forma que o indivíduo adulto era do tipo XBXb / XbO Assim, os tecidos e órgãos que tiveram origem de XBXb manifestavam características sexuais femininas e aqueles com origem em XbO, manifestavam características masculinas. Além das diferenças proporcionadas pelo padrão sexual, observa no ginandromorfo bilateral, originado do referido cruzamento, um olho barra (XBXb) e outro normal (XbO) 

Um ginandromorfo se diferencia de um intersexo quanto a origem e à constituição cromossômica. O ginandromorfo tem origem numa irregularidade mitótica, enquanto que o intersexo é formado por uma combinação gamética que resulta num índice sexual entre 0,5 e 1,0. O ginandromorfo apresenta em um mesmo indivíduo, células com diferentes números de cromossomos. No intersexo o número de cromossomos é constante para todas as células do indivíduo. 

Complicou? Bom, então podemos simplificar dizendo que 
Ginandromorfismo é
 o fenômeno pelo qual um indivíduo de uma espécie bissexuada tem um "mosaico" (desenho) de partes masculinas e femininas. Em tais espécies faltam os hormônios sexuais circulantes, de modo que o fenótipo depende exclusivamente dos genótipos de cada célula, resultando da soma dos efeitos dos mesmos sobre as células do animal.





quinta-feira, 12 de julho de 2012

Espécie rara de borboleta reaparece após 70 anos


Uma borboleta rara, a Libythea Celtis, foi avistada novamente, depois de 70 anos desaparecida. O acontecimento inédito ocorreu no sul da cidade de Madrid, no Centro de Excelencia Internacional del Campus Moncloa (CEI Moncloa), no passado mês de Junho.


Libythea Celtis


Segundo a agência noticiosa espanhola Servicio de Información Y Noticias Científicas, este género raro de borboleta está associado aos ulmeiros, uma vez que a sua lagarta se alimenta desta árvore. A Associação Espanhola de Entomologia acredita que o novo avistamento é um dado muito interessante, visto o inseto ser pouco frequente e a sua última observação ter acontecido há cerca de sete décadas.


Libythea Celtis


Um dos entomólogos envolvidos na descoberta, F.J. Cabrero, destaca a importância do local onde a borboleta foi vista. A variedade da fauna e flora do CEI Moncloa reforça a importância de biodiversidade, mesmo no interior de uma cidade, para novas descobertas científicas.

De acordo com o especialista em estudo dos insetos, as novas observações abrem caminho à possibilidade de retorno de algumas espécies que se acreditavam estar geograficamente extintas. Existe a hipótese de, tal como a borboleta, terem estado apenas desaparecidas, podendo voltar a colonizar em locais semelhantes ao seu habitat natural.


Libythea Celtis


A borboleta Libythea Celtis é caracterizada pelas asas particularmente compridas e pela cabeça e asas salientes, atingindo alturas de voo de cerca de 800 metros. É originária da zona oriental da Península Ibérica, mas já foi vista, também, no norte de Portugal.

Uma boa noticia.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Singhiella simplex (HEMIPTERA: ALEYRODIDAE)


AVALIAÇÃO DA INFESTAÇÃO POR Singhiella simplex (HEMIPTERA:
ALEYRODIDAE) EM Ficus benjamina NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, SP, BRASIL.

Saindo um pouco da minha linha, vou postar parte do trabalho feito pelos colegas do setor a respeito de Singhiella simplex (HEMIPTERA:ALEYRODIDAE).Quem estiver mais interessado a respeito do assunto, me pede que envio o trabalho completo por e-mail.


Adultos, pupas e ninfas.

Adultos, pupas e ninfas.




Este trabalho avalia o desfolhamento de árvores urbanas de Ficus benjamina pela mosca-branca-do-ficus, Singhiella simplex, na cidade de São Paulo. Foi feita amostragem sistemática nas cinco regiões da cidade: centro, norte, sul, leste e oeste e em cada região foram sorteados dois bairros, totalizando dez bairros. Foram amostradas 2.661 árvores, das quais 260 eram  Ficus benjamina e todas apresentavam sintomas de desfolha, indicando que o inseto ocorre em toda a cidade de São Paulo.


Dano com desfolia.



  Ficus benjamina  é uma espécie de figueira nativa das florestas tropicais da Índia, sudeste da Ásia, sul da China, Malásia, Filipinas, norte da Austrália e ilhas do Pacífico sul. Atualmente é plantada em várias partes do mundo e em alguns países utilizada na extração de resina (goma de benjamin), produção de incenso, como cerca-viva, ornamentação de jardins, interiores e no Brasil na arborização de várias cidades (Riffle, 1998;  Lima  et al., 2005). 
Na maioria das condições ambientais F. benjamina  pode ser atacada por diversas pragas e doenças como, cochonilhas, ácaros, nematóides, tripes e fungos (Brickell & Zuk, 1997).


Dano com desfolia.


Em agosto 2007, na Flórida, no condado de Miami (EUA), foram registrados severos ataques causados por mosca-branca-do-ficus (Singhiella simplex Singh, 1931) em várias espécies de figueiras (F. altissima, F. aurea, F. benjamina, F. lyrata, F.maclellandii e F. microcarpa) utilizadas na arborização pública e em cercas vivas, com desfolhamento intenso e até morte de plantas. Já existem registros de ataque dessa praga em Porto Rico, Jamaica, Ilhas Cayman e recentemente no Brasil (Jesus et al., 2010).

  Em sua região de origem apenas Encarsia tricolor  Foerster (Hymenoptera: Aphelinidae) é listada na literatura como inimigo natural (Mannion, 2008).
No Brasil, a primeira ocorrência de S.simplex  foi registrada no mês de agosto de 2009, pelo Prof. Dr.  Aurino Florencio de Lima no estado do Rio de Janeiro, em Barra do Piraí, Japeri, Mesquita, Miguel Pereira, Nova Iguaçu, Queimados, São João do Meriti e Seropédica. Recentemente também foi assinalada em F. benjamina na cidade de São Paulo, SP (Jesus et. al., 2010).

O objetivo do presente trabalho foi identificar o agente causal dos sintomas apresentados em F. benjamina  bem como a distribuição deste agente na cidade de São Paulo.

O presente trabalho, foi de autoria de   Giuliana Del Nero Velasco 1, , Rogério Goularte Moura 2, , Evoneo Berti Filho 3, , Hilton Thadeu Zarate do Couto 4.
  


Desfolia. 


If they are...

You likely have the Ficus Whitefly, Singhiella simplex or the Gumbo Limbo Whitefly Aleurdicus rgioperculatus
Please utilize the information on this website to educate yourself about the needs to control these damaging pests and to ensure the survival of your ficus hedges,Ficus trees, and now many other varieties of South Florida Trees